RaniCast Ep04: Habilidades de vida, como estão sendo cobradas nos principais modelos de vestibular?

No quarto episódio do RaniCast, o convidado Tadeu da Ponte, coordenador do vestibular do Insper e pai de ex-aluno Ranieri, conta um pouco sobre as mudanças nos vestibulares e dá dicas para os pais sobre como auxiliar os filhos nessa etapa tão importante.

Tadeu atua profissionalmente na área de avaliações, não só no Insper, mas também na parte de certificações, avaliações de pessoas, etc.

  •  O processo seletivo do Insper 

O Insper é uma das instituições que já adota um vestibular que foge um pouco do tradicional. Composto por duas fases, na primeira etapa o candidato passa pela avaliação de conhecimentos do Ensino Médio, com base na matriz do ENEM, ou seja, a parte mais tradicional.

Já na segunda etapa, o aluno é avaliado no modelo que chamam de “metacompetência”. Nessa fase, as áreas avaliadas são: comunicação assertiva (que consiste na habilidade oral); interação com pessoas (habilidades sociais e trabalho em equipe); pensamento crítico; “aprender a aprender” (capacidade de descobrir conteúdos de diferentes maneiras) e redação.

Além da avaliação diferente, a nota também é dada diferentemente. As duas etapas são avaliadas com o mesmo peso: é realizada uma média geométrica dos resultados do aluno, o que garante que as duas fases sejam valorizadas igualmente.

“Esse método de vestibular e nota garante que o candidato seja avaliado de maneira mais completa. A média geométrica faz com que as melhores notas sejam aquelas nas quais os candidatos tiveram desempenhos similares em ambas fases – ou seja, que os conhecimentos gerais e as habilidades estejam alinhadas”, explica Tadeu.

  •  O mercado de trabalho

Atualmente, os alunos do Insper são altamente reconhecidos dentro do mercado de trabalho. Além do nome da instituição, os estudantes têm diversas qualidades exercitadas ao longo da formação que chamam a atenção dentro de processos seletivos.

“É interessante ressaltar que os candidatos que fizeram Insper têm uma formação analítica sólida. Ou seja, eles têm pensamento crítico, sabem se aprofundar nos problemas e solucioná-los, sabem trabalhar em grupo, além de terem um conhecimento sólido e autonomia”, conta Tadeu.

Muitos alunos estão seguindo o ramo do empreendedorismo. Além da possibilidade de abrir os próprios negócios, diversas empresas têm um núcleo de inovação onde os funcionários conseguem colocar em prática suas ideias.

Tadeu ainda explica que as pesquisas de empregabilidade, com altas taxas de satisfação, são pautadas no sucesso do aluno, que é medido por ele mesmo. “Nosso objetivo é colocar o aluno onde ele quer estar, independente da empresa, do cargo e da área de atuação. Se a instituição o ajudou chegar aonde ele quer estar, sabemos que conquistamos nossa meta.”

Todas essas mudanças nos vestibulares, nos cursos e na visão que temos da faculdade são para quebrar com esse sistema de que o aluno precisa aprender a responder questões. “Ao analisar o candidato de maneira completa e não só em relação aos seus conhecimentos aprendidos na escola é o que vai ser feito no mercado de trabalho. Sendo assim, essa avaliação já os prepara para os próximos processos seletivos”, elabora Tadeu.

“Eu acho o Ranieri excelente nesse quesito pois tem essa questão de aulas de educação socioemocional e empreendedorismo, mas não é como se fosse algo a parte do curso. O aluno está ganhando habilidades enquanto aprende matemática, ciências. É uma educação integrada!”

  • Dicas para os pais

Essa etapa dos vestibulares é um momento muito importante, mas muito intenso, na vida acadêmica. As duas emoções predominantes são a ansiedade, pois há o medo de não ser aprovado, e a insegurança, que pode até fazer o aluno questionar se deve mesmo fazer a prova. Com isso em mente, Tadeu dá 3 dicas para os pais ajudarem os filhos nessa etapa.

  1. Apoio

Ajude seu filho a criar uma blindagem emocional. Para ajudar com a ansiedade e a insegurança é importante que os pais motivem e tranquilizem seus filhos. Evite pressioná-los!

“Isso não significa que você não possa ser firme. Há momentos, é claro, que um ‘puxão de orelha’ é necessário. É cuidar do emocional, mas com firmeza”, explica Tadeu.

  1. Expectativas

É totalmente natural os pais terem expectativas para o futuro de seus filhos. Porém é importante reconhecer essas expectativas para não as tornar numa pressão, algo que deixe o aluno ainda mais tenso do que já está.

“Nós como pais precisamos dar uma segurada na pressão que a gente coloca nos nossos filhos, nas nossas expectativas.”

  1. Escuta

Muitos acreditam que os adolescentes se distanciam dos pais, que não é possível haver um diálogo. Entretanto, é importante se colocar à disposição dos filhos e fazer com que eles saibam que eles têm com quem contar.

“Quando paramos para escutá-los, eles conversam com a gente. Escutar significa que nos importamos, é uma forma de carinho.”

O bate-papo com Tadeu foi muito esclarecedor e muito importante para saber mais das avaliações que são porta de entrada dos alunos para universidades e, consequentemente, para o mercado de trabalho.

Você consegue conferir o RaniCast na íntegra no Spotify ou no YouTube!